25 de abr. de 2011

Rasgar detalhes?


Vim reparando no modo fútil que as pessoas vivem os momentos: elas têm suas experiências, instantes e histórias vividas e quando aquilo vira passado lisonjeiam-se por guardar o vestígios, os sorrisos, as coisas marcantes. Esquecem-se, porém, dos detalhes.
Ora, não são os detalhes que fizeram únicos e especiais tais momentos? Onde estão, pois, eles? 
Entregues ao esquecimento, os detalhes, fogem de nossa perspectiva e se encapsulam microscopicamente não sei aonde. 
Humanos precisam aprender a guardar o modo como sorriam quando crianças, devem reter da velha infância o bico de birra que fazia da teima algo tão engraçado, precisam capturar onde foram tocados num abraço de aniversário, qual a palavra usada pelo cônjuge para conquistar o coração, o gosto daquele chocolate da páscoa passada, da embalagem do presente que recebeu da mãe no último aniversário, enfim. Precisamos reter o que fazem dos pequenos instantes grandes momentos, numa visão além do afeto e amor que se tem pelas pessoas que fazem parte de cada um deles.
Essa é a lógica de diferenciar o natal passado do retrasado. Se pode até diferenciar pelo local, pela roupa que se vestiu ou pelo que ganhou de presente, mas pare pra pensar: é realmente isso que os diferencia ou que torna um melhor que o outro? O tempo dedicado à preparação da ceia ou da arrumação da casa, o olhar que se tinha das pessoas em volta, o gosto da comida, o tempo nublado ou céu estrelado, isso sim os diferencia. Porque são os pequenos detalhes que enriquecem os momentos de formas diferentes, mesmo tendo eles acontecido nas datas especiais que se repetem ano a ano.
Se fala em rasgar os detalhes, que o interessante é a essência. Tolo é quem pensa assim. De que é feita a essência se não da riqueza de detalhes?
Rasgue a data, se apegue ao dia da semana. Rasgue o mês, se detenha ao ano. Rasgue as cartas, não esqueça das letras e do nome. Rasgue o encontro, se achegue aos olhares. Rasgue a bronca, se lembre do porquê dela. Rasgue o texto, recrie o contexto.
Rasgue os vestígios, guarde os detalhes.
Assim fica mais fácil, assim será inesquecível. Experimente.

Eu quero lembrar do tom voz dele me pedindo pra namorar... =D

4 comentários:

dr x disse...

Acredito que vivemos um tempo que não deixará muita saudade para a maioria de nós

Poeta bandido

Jessica disse...

Às vezes se tem saudade até do que se não viveu =P

Bjs Poeta

Camila Gomes disse...

Amei o texto, lindo Blog!
seguindo :)
http://camillacris.blogspot.com/

Jessica disse...

Obrigada!!

Bem vinda!! ^^