12 de jun. de 2010

Aos enamorados...

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Fernando Pessoa dizia que toda carta de amor é ridícula.
Se não for ridícula, não é uma carta de amor...
Em homenagem aos enamorados vão aí textos ridículos (justamente por falarem de amor) deste poeta e escritor que deixou sua marca na literatura universal.

O amor
O amor, quando se revela, 
não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente.
Cala: parece esquecer.

Ah, mas se ela adivinha-se
se pudesse ouvir o olhar,
e se um olhar lhe bastasse
pra saber que estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
fica sem alma nem fala,
fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
o que não lhe ouso contar,
já não terei o que falar-lhe.
Porque lhe estou a falar.

Nunca amamos alguém. Amamos, tão somente, a idéia que fazemos de alguém. É um conceito nosso - em suma, é nós mesmos - que amamos.
Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma idéia nossa. (...)
As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são matéria de estranha complexidade. No próprio ato em que nos conhecemos, nos desconhecemos. Dizem os dois "amo-te" ou pensam e sentem-no por troca, e cada um quer dizer uma idéia diferente, até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstrata das impressões que constitui a atividade da alma. (...)

3 comentários:

R S Bennet disse...

'Dizem os dois "amo-te" ou pensam e sentem-no por troca' *-* amei seu blog *-* seguindo'

Jessica disse...

Obrigada Yarah!!
Seja bem vinda e volte sempre!!
bjs ^^

R S Bennet disse...

De nada, flor . E, claro que eu volto *-*