26 de fev. de 2012

"Quem não arrisca não petisca"


Parecia ser um dia qualquer. Chovia. E eu estava em casa esperando a chuva passar. Sentada, sozinha, calada. Só duas coisas eu escutava: as gotas d'água caírem e a minha respiração. Respiração essa que, diferente daquele dia, parecia ter algo em especial.
De cabeça baixa, eu não sei porque, me veio a vontade de erguê-la. E já não mais escutava, como também podia ver as grossas gotas caírem no chão, nos carros, nas folhas e no portão da minha casa. Daí eu pensei que já havia esperado demais por muitas coisas e algumas até haviam caído como gotas.
Pensei que talvez não era necessário mais esperar e que aquilo poderia estar caindo pra mim. Então vi que já era tempo de não mais pensar e sim de me entregar, experimentar.
Vesti um casaco, abri a porta e saí. Fui arriscar pra petiscar. Porque talvez eu estava perdendo a festa...


Na rua eu não mais via ou escutava as grossas gotas, mas também passei a sentir um vento frio batendo em meu rosto, ouvia o chiar das folhas ao vento e a minha respiração era só um mero detalhe.
Não mais pensei, mas conclui que havia esperado demais. E a festa estava quase terminando. 
Decidi e não hesitei em nenhum instante, havia passado muito tempo sem conhecer o que de fato é importante. Aprendi que devia aproveitar a chance de sentir ainda mais profundamente tudo aquilo...


Quando dei por mim já estava mais do que encharcada. Não mais só via e ouvia, agora eu sentia as grossas gostas caírem sobre minha pele, cabelos, olhos e boca. 
Estava finalizado: porque eu esperei tanto pra descobri aquilo? Porque esperamos tanto pelas coisas? Porque pensamos tanto antes de agir?
Fiquei intrigada com essas questões. Antes eu as respondia com facilidade, no entanto agora pra mim elas são inúteis, irrespondíveis. Pois não há motivos para tanta espera.
As coisas estão aí pra todos nós, basta a gente selecionar e encarar. Arriscar pra petiscar!
Muitas vezes perdemos as bênçãos e maravilhas que Deus põe em nosso caminho porque estamos sentados em nosso canto, calados, sozinhos e de cabeça baixa esperando. Esperando por algo que está bem na nossa frente, bastando apenas erguer o nosso olhar.
Sabe, depois de tudo, aquele não era um dia qualquer, não havia nada de especial em minha respiração e realmente, eu estava perdendo a festa.

:)

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, Je!
Amei o texto, veio na hora certa em que estava precisando dessa reflexão.
Seu cantinho é muito fofo, acolhedor, bom estar por aqui.
Um grande abraço.

P.S. Você também é de SSA? :)