31 de dez. de 2009

Dois mil e nove

Mais uma vez finda-se um ano e mais uma vez o mundo inteiro revolve os pensamentos para a paz, o amor, a felicidade, fraternidade e solidariedade, que muitas das vezes não passam de serem apenas palavras comuns ditas em todos os fins de ano.
Mas não é minha intenção aqui falar dessas coisas, mas do que significou dois mil e nove para mim.
Olhando para trás eu posso ver uma menina cheia de sonhos e planos para dois mil e nove. Suas esperanças estavam quase se esgotando e os seus poços de lágrimas quase secando. Mas, como a terra seca se ensopa ao receber a chuva,  as reservas de esperanças foram supridas e os poços agora já se enchiam novamente.
Por mais desesperadora que fosse a espera por suas realizações, a chegada de mais um ano fazia surgir no solo rachado do seu coração, poças repletas d’água que faziam a pobre menina sonhadora se encher de novas forças.
Ela confiou tudo ao mestre de sua vida e mais uma vez esperou. Esperou com toda sua confiança. Aproveitou bem a chuva.
Era tudo ou nada.
Pois então o mestre não a desapontou, deu tudo à pobre menina.
Ahh, como foi gratificante aquela espera! Aquele momento de sua vida se chamava felicidade...
Dois mil e nove começava muito bem!
Aliás, começava melhor do que todos os outros anos. Não esperava que seria tão melhor do que ela imaginava.
O mestre já tinha planejado cada detalhe...cada "improviso" já tinha sido dado.
Saltitante de felicidade, aquela menina não tinha palavras para agradecer.
E os meses correram feito as presas que correm para não serem alcançadas pelo devorador.
Foram muitas dificuldades enfrentadas e, ainda bem, cada uma vencida!
A menina riu, chorou, lutou contra saudades e conquistou amizades. No final de dois mil e nove e de mais de duas mil e nove coisas, ela sentou-se tranquila debaixo de uma árvore para repousar sobre a sombra que se fazia ali, e dar as boas vindas para dois mil e dez que já se aproximava.
Relembrando, alí debaixo daquela árvore, momentos de dois mil e nove, ainda não sabia se era uma  menina com alma de mulher ou uma mulher com alma de menina. O que sabia é que não era mais feita das mesmas coisas de quando tinha começado. Sabia agora, que contos de fadas não existem, que os momentos são únicos para serem desperdiçados, que o sorriso vem quando o sol brilha pela manhã e compreendia que, no vale da sombra e da morte, não estava sozinha e nem nunca estaria se passasse por lá novamente ( e sabia que vai passar). Ela tambem sabe que o maior e melhor tesouro não está nesse mundo, mas acima dele e, deseja, mais do que todos os seus lindos sonhos de menina, ver com seus belos olhos o que é vital.
Depois do repouso aquela mulher ou menina (ainda tenho dúvidas) saiu a cantarolar as velhas cantigas de que mais gostava. Saiu ao encontro de mais um ano, pois tem a certeza de que irá aproveitar todos os dias que serão dados a ela. Sem vergonha de chorar, rir, cantar, amar, fazer birra, tropeçar e de fazer da queda um passo de dança.
                                                                                   
“ E no final das contas não são os anos em sua vida que conta. É a vida nos seus anos.”  Abraham Lincoln
By Jessica

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