(1) A Via do Tolo – Ele põe a culpa nas próprias coisas. Passa a vida toda a conjecturar que, se arranjasse outra mulher, fizesse uma viagem mais cara, ou seja lá o que for, conseguiria dessa vez capturar essa coisa misteriosa que todos nós procuramos. A maior parte dos ricos entediados e descontentes do nosso mundo são desse tipo. Eles passam a vida toda pulando de uma mulher para outra (com a ajuda dos tribunais), de continente para continente, de passatempo para passatempo, sempre na esperança de que o útlimo será, enfim, “a coisa certa”, e sempre decepcionados.
(2) A Via do “ Homem Sensato” Desiludido – Logo ele cnclui que tudo não passava de conversa fiada. “É bem verdade”, diz ele, “ que, quando é jovem, a pessoa se sente assim. Quando chega à minha idade, porém, você desiste de buscar o fim do arco-íris”. Então ele se acomoda, aprende a não esperar muito da vida e reprime a parte de si mesmo que, nas suas palavras, costumava “uivar para a lua”. Essa é, sem dúvida, uma via bem melhor que a primeira; torna o homem mais feliz e não faz dele um problema para a sociedade. Tende a torná-lo um chato (sempre pronto a se achar superior diante dos que julga “adolescentes”, mas, de maneira geral, faz com que ele leve uma vida sem grandes sobressaltos. Seria a melhor opção se o homem não tivesse uma vida eterna. Mas suponha que a felicidade infinita realmente exista e esteja logo ali, à nossa espera. Suponha que realmente seja possível alcançar o fim do arco-íris – nesse caso, seria uma pena descobrir tarde demais (imediatamente após a morte) que, por causa do nosso suposto “bom senso”, sufocamos em nós mesmos a faculdade de gozar dessa felicidade.
(3) A Via Cristã – Dizem os cristãos: “ As criaturas não nascem com desejos que não podem ser satisfeitos. Um bebê sente fome: bem, existe o alimento. Um patinho gosta de nadar: existe água. O homem sente o desejo sexual: existe o sexo. Se descubro em mim um desejo que nenhuma experiência deste mundo pode satisfazer, a explicação mais provável é que fui criado para um outro mundo. Se nenhum dos prazeres terreno satisfaz esse desejo, isso não prova que o universo é uma tremenda enganação. Provavelmente, esses prazeres não existem para satisfazer esse desejo, mas só para despertá-lo e sugerir a verdadeira satisfação. Se assim for, tenho de tomar cuidado, por um lado, para nunca desprezar bênçãos terrenas nem deixar de ser grato por elas; por outro, para nunca tomá-las pelo ‘algo a mais’ do qual são apenas a cópia, o eco ou a miragem. Tenho de manter viva em mim a chama do desejo pela minha verdadeira terra natal, a qual só encontrarei depois da morte; e jamais permitir que ela seja arrasada ou caia no esquecimento. Tenho de fazer com que o principal objetivo de minha vida seja buscar essa terra e ajudar as outras pessoas a buscá-la também.”
Não devemos nos preocupar com os irônicos que tentam ridicularizar a esperança cristã do “Paraíso” dizendo que “não querem passar a eternidade tocando harpa”. A resposta que devemos dar a essas pessoas é que, se elas não entendem os livros que são escritos para adultos, não devem palpitar sobre eles. Todas as imagens das Escrituras (as harpas, as coroas, o ouro, etc.) são, obviamente, uma tentativa simbólica de expressar o inexprimível. Os instrumentos musicais são mencionados porque, para muita gente (não todos), a música é objeto conhecido nesta vida que mais fortemente sugere o êxtase e a infinitude. A coroa é mencionada para nos dar a entender que todo aquele que estiver reunido com Deus na eternidade tem parte no seu esplendor, no seu poder e na sua alegria. O ouro é citado para nos dar a idéia da eternidade do Paraíso (o ouro não enferruja) e também de sua preciosidade. As pessoas que entendem esses símbolos literalmente poderiam também pensar que, quando Cristo nos exortou a ser como as pombas, quis dizer que deveríamos botar ovos.”
C. S. Lewis; Cristianismo puro e simples, cap. 10, ps. 180 - 183
Um comentário:
Jhessiiiiiiiiiii, lindo fds pra ti :) Beijinhosssssssssssssssss no seu ♥
Fica com Deus, flor!!
Postar um comentário