Pra falar a verdade eu nem sei como começar, mas que quero desembuchar de uma vez isso eu sei! Vai ser como "tirar a água do joelho" depois de uma viagem de 12 horas sem paradas... Um alívio dentro e fora da mente. Pois bem, estou eu aqui dando uma de escritora mais uma vez, quando simplesmente não passo de uma garota insatisfeita com os rumos que as coisas tomaram. Mas foi pra isso que inventei isso aqui, não foi? Uma válvula de escape.
Pela primeira vez na minha vida eu posso dizer que amei e, infelizmente, continuo amando. Porque esse não foi aquele amor (paixão) infantil, mas foi aquele verdadeiro encontro de duas almas. É pelo menos assim que eu vejo. Foi certo, incrível, eterno... E era o que eu queria pra sempre certo e incrível. Tenho convicção que errei em certas coisas e me arrependo por elas, mas na maioria eu acertei, fiz o que devia fazer. E pela primeira vez não tive dúvidas, entreguei toda minha beleza, meu carinho, minha verdade, meus pensamentos, meu amor. Foi pleno, sabe?
Hoje olhando pra tudo isso penso que poderia não ter me entregado tanto pra quem não fez o mesmo por mim, por nós. Pode sim até ter sido verdadeiro, mas falhou em não ter se entregado de corpo e alma. Porque quando a gente se entrega a gente muda, a gente melhora, porque há preocupação com a felicidade do outro. Outra coisa, quando alguém ama, por mais pacata que seja esse alguém, surge atitude e palavras também. Não há espaço para o 'não sei o que fazer', não! Pelo contrário, a gente sabe sim o que fazer, mesmo que esteja bem guardado lá no fundo da mente.
Engraçado como a vida dá voltas. Tantas oportunidades de ter doado o melhor de mim (amor) pra alguém talvez melhor do que ele e não fiz, não fiz porque não tive a mínima vontade. E agora que eu verdadeiramente quis, sem exitar, levo um tapa na cara! Tudo bem, é com tapas na cara que a gente aprende mesmo, né? Mas te juro que pra aprender dessa forma eu preferia ficar burrinha pra o resto da vida...
Eu temo. Tenho medo de essa ferida não cicatrizar e ficar aqui me fazendo mal. Como vou ter outra vontade de doar meu coração como doei? Você já pensou nisso? Eu acho que não. Você poderia ter aproveitado a chance que eu dei de concertar as coisas, de perceber que eu não estava de brincadeira, nem de despedida. Era um alerta. O tempo que dei pra tirar a prova dos nove, pra ver realmente se teu amor era suficiente pra mudar a história de uma vez e cravar nossa felicidade. Você fez o que? Jogou tudo num poço e cavou ainda mais, bem fundo pra eu não voltar atrás. Que amor é esse, meu Deus? Me diz. Tomara que ele encontre alguém disposto a dar tudo em prol de sua felicidade. E, apesar de tudo, tomara que ele reconheça o que fiz. Não é pra me gabar, não! Porque sei bem - e só eu sei - o que senti, o que passava todos os dias no meu coração, borbulhando meu sangue. Ninguém pode dizer que amei menos ou que nem isso fiz, ou ainda que é tudo exagero, pois nenhum penetra na minha alma pra sentir.
Exagero foi o amor e a vontade de amar que tive, cada vez mais um pouco, aquela em que eu decidira sem momento algum pestanejar.