13 de jul. de 2011

Banco vazio



Foi-se os dias de menina. Foi-se a ingenuidade com eles e levou também as ilusões na bagagem.
Foram arrancadas as flores coloridas e no lugar cresceram árvores grandes com raízes grossas e irregulares. Murcharam os jasmins e nasceram as rosas com seus espinhos perfurantes e treiteiros. Agora não se tem mais a preocupação com o sabor do sorvete, nem com a cor da roupa da boneca. Não se faz mais bolinhos de terra, nem dinheiro de papel. Foi-se o tempo de pegar picula e se esconder dentro do guarda-roupa.
Agora se esconde dentro de si e corre atrás dos deveres. A pureza fugiu sem dar notícias, nem se quer deixou um bilhete se despedindo.
Ficou assim, sem saber o que fazer, perdida no espaço. Mas enfim, se achou, dessa vez mais rígida e exigente. Agora estava não mais sentada no balanço, mas na cadeira do escritório.
Não voltam mais as brincadeiras na praça, a hora de sentar no banco da praça e comer algodão doce muito menos a correria na rua. Restou apenas o banco.

Vazio!

Um comentário:

Luís Monteiro disse...

As coisas andam tão lindas por aqui"
Bjws"
http://nostudinhos.blogspot.com/